quinta-feira, 23 de abril de 2009

Poema de Jadduá - Trecho de Crônicas de Qédem


Encontrei-te em pé entre os dois pilares erguidos dentro do templo construído no interior da Grande Pirâmide edificada sobre o solo de Hê-Élen – sétimo mundo de Atik na constelação de Perseu, cujas paredes estavam gravadas com estranhos hieróglifos, e apesar de não reconhecê-los, suas palavras penetraram na minha alma enquanto meus olhos observavam os contornos dos teus lábios e seguiam as curvas do seu belo corpo oculto apenas por um tecido de seda dourada. As letras dos hieróglifos gravaram-se nas tábuas das quatro câmaras do meu coração. Elas soletravam um nome é um título: Jadduá - A Princesa.

O templo onde eu estava a te observar havia sido erguido sobre as areias do deserto desde magnífico e distante planeta. Ao redor dele haviam setenta tamareiras, cujos frutos eram translúcidos como gotas de luz, semelhantes às Tamareiras do Oásis de Aur. Era noite, e eu podia ver as estrelas pela abertura feita no teto. Procurava encontrar a mais bela que meus olhos pudessem revelar-me. Suavemente, minha atenção foi desviada para os seus olhos, e fui guiado pelas suas mãos suaves até os seus lábios. Beijou-me, e eu pude sentir o sabor de tâmaras e o aroma de canela que deles destilavam-se.

Óhh, suas mãos tão belas e macias tocaram-me a alma. Sua respiração entre os meus lábios é a vida. Ali, dentro do templo, você me tornou imortal através do toque dos teus lábios, e meu corpo transformou-se em luz, e então eu te reconheci, imortal Princesa do Conhecimento, como teu nome assim revela. Um sono arrebatador me dominou.

Minha alma sentiu o seu toque minha querida, nesta madruga. Uma brisa suave entrou pela sacada e invadiu o meu local no templo. Uma fina névoa subiu do solo calçado com placas luminosas de saphir, e eu vi nela a sua forma, bela, mística, iluminada.

Os hieróglifos gravados nas paredes e nas colunas do templo iluminaram-se, piscando como os sad´ram, revelando às minhas almas e ao meu espírito os segredos dos antigos, no local edificado em um mundo chamado, não por acaso, de Hê-Élen, que na língua de Éber significa “Oculto”, orbitante da estrela Atik que no mesmo idioma quer dizer “Antigo”, e por suas uniões chamam-nos de “O Antigo & Oculto Lar de Jadduá – A Princesa do Conhecimento.

Despertei do meu místico sono com o sabor de tâmaras nos lábios e o aroma de especiaria por todo o corpo, a especiaria que amplia a consciência, a especiaria que prolonga a vida.

“O coração do entendido adquire o conhecimento, e o ouvido dos sábios busca a sabedoria”.

Provérbios de Sulayman 2º Suráta 5º Ayát




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